segunda-feira, 6 de setembro de 2010

JOVENS ESTUDANTES LIDAM COM O DESAFIO DE MORAR LONGE DOS PAIS



Saudade de casa, falta da família e a responsabilidade de controlar a própria vida. Esses foram os sentimentos com os quais Ivan Soares, 20 anos, teve que aprender a lidar há dois anos, quando resolveu sair da casa dos pais em São Sebastião do Paraíso para estudar engenharia mecatrônica em Belo Horizonte.


Essa não é a primeira vez que Ivan sai de sua cidade natal para morar fora de casa. Antes de Belo Horizonte o estudante morou em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, mas conta que não passou nem perto das dificuldades que enfrenta ao morar na capital mineira. "Quando eu fui morar em Ribeirão, eu já conhecia a cidade, então foi mais fácil. Em BH tive um pouco de medo, porque é uma cidade grande, totalmente diferente da vida que eu estava acostumado a ter", explica.


Logo na primeira semana em Belo Horizonte Ivan percebeu o quanto era complicado viver longe de casa e, principalmente, longe da mãe. Como Ribeirão ficava próximo de sua cidade, ele conseguia ir para São Sebastião do Paraíso todo final de semana, assim, a falta de casa não era tão grande. Porém, devido à grande distância entre Belo Horizonte e São Sebastião do Paraíso, Ivan só vai para casa uma vez ao mês, o que torna a saudade muito maior. "Quando cai a ficha de que a nossa mãe não mora mais com a gente é que descobrimos o quanto ela é importante e faz falta", comenta. Mesmo fora de casa, Ivan não mora totalmente sozinho. Ele vive em uma república junto com outros três garotos, que assim como ele, saíram de suas cidades para estudar em BH.


Pedro Paulo Pereira Silva tem apenas 19 anos, porém é o que possui a maior experiência em viver longe dos pais. Além de Belo Horizonte, ele já morou em Juiz de Fora e na Irlanda. Ele é estudante de Relações Internacionais e saiu de sua casa em Barbacena em 2008. "Saí de casa para estudar, já que BH oferecia melhores oportunidades do que a minha cidade", explica.


Diferente de Ivan, para Pedro a mudança não foi tão difícil, porém não nega que sente falta da família e de algumas mordomias como o conforto da casa dos pais e do carro que antes, ficava à disposição. "Para mim foi normal, porque eu ainda considero que moro com a minha mãe. Tenho duas casas”, brinca. O estudante também destaca a dificuldade de conviver com pessoas tão diferentes dele, mas afirma que a experiência é muito boa.


Assim como Pedro, Carlos Eduardo Alvim, 19 anos, também saiu de Barbacena para estudar em Belo Horizonte. Antes disso, morou em Juiz de Fora para fazer cursinho e se preparar para o vestibular. O estudante conta que o primeiro contato com a capital foi de deslumbramento, mas que a adaptação veio rápido. "Não estranhei. Sempre encarei morar fora como um desafio", revela.


Mesmo longe de casa, o estudante consegue conviver bem com a saudade da família. Um dos motivos é que conversa com os pais todos os dias pelo telefone e pela internet. Porém, lamenta não poder contar com a proteção da mãe, com a comida quentinha e as roupas lavadas. “Isso é conseqüência da minha mãe não morar aqui”, brinca.



Mesmo com visões diferentes sobre morar longe de casa, Ivan, Pedro e Carlos Eduardo concordam em um aspecto: o amadurecimento. “Morar sozinho me fez valorizar aspectos que antes eu não percebia como ir ao mercado ou a uma feira. Ajudou muito no meu amadurecimento”, conta Carlos Eduardo.



Confira as vantagens e desvantagens de morar sozinho




MORAR SOZINHO É RUIM PORQUE TEM QUE...



  • Fazer comida

  • Lavar louça

  • Lavar roupa

  • Arrumar a casa

  • Lidar com a saudade da família e dos amigos

  • Administrar o dinheiro

  • Ficar sem o carro

MORANDO SOZINHO VOCÊ PODE...



  • Não ter horário para chegar em casa

  • Dormir até tarde

  • Comer na sala e vendo TV

  • Ser independente

  • Ir para onde quiser sem ter que dar satisfações

2 comentários:

  1. Tenho uma sugestão de nova abordagem. Acho que seria legal se você escolhesse um personagem, e passasse um dia com ele, acompanhando a rotina, e tentando comparar com a vida que ele levava antes de morar sozinho(via entrevista). Fazendo um comparativo mesmo, porque com certeza as coisas são bem diferentes. Acho que ia ilustrar bem a ideia explorada nessa primeira matéria, para dar uma continuidade. Poderia também ser ilustrada com fotos da nova rotina, foto do personagem em situações que ele não fazia antes, como lavando roupas, fazendo comida. Atividades que não fazemos muito quando moramos com nossos pais. Além disso, deve existir algum tipo de comunidade em redes sociais que exploram esse tema. Caso exista, seria legal colocar o link na matéria, para chamar a atenção de leitores que se identificarem com essa temática.
    Tenho sugestões de fonte, um que a família está enraizada em Curvelo, o personagem mora em João Monlevade, cursa Engenharia Ambiental na UEMG. Outro que também mora em João Monlevade mas a família é de BH e cursa Sistemas de Informação na UFOP, e outro que mora em São João Del Rey, cursa Economia na UFSJ. Posso passar os contatos. E é isso!

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  2. A matéria ficou legal, acho que como você e a Paula estão passando por esse momento, não terão muita dificuldade de escrever a respeito.. ;)
    Acho que fotos do cotidiano dos "sem mãe" seriam bem legais e talvez um espaço reservado para histórias engraçadas dos personagens (ou de vocês mesmas), contadas em vídeos, ecritas e ilustradas com charges, por ex, ou mesmo através de podcast... (eu adoraria ver um quadro de culinária com Paula ("Cozinhando com a Hoelzle" ahahua).. valeu, bjo

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